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Guia prático para colocar o meu pequeno negócio online
Escrito por: Impulso
Data: 2/28/2022
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Está comprovado que os lugares físicos como pequenas lojas, restaurantes ou escritórios, podem ser explorados digitalmente. Mas como? Este artigo foca-se na resposta a essa questão ao enumerar dicas práticas relevantes para colocar os pequenos negócios online, transformando os seus modelos de negócio ao criar o seu formato digital. Esta transformação do modelo de negócio é apenas uma das três vertentes necessárias a uma transformação digital completa e bem-sucedida do pequeno negócio: Pessoas, Processos e Negócio

Como criar uma presença online rapidamente?

O momento extraordinário que vivemos é uma oportunidade única para sermos mais audazes e ambiciosos numa renovação tecnológica global e darmos o verdadeiro “salto” tecnológico. A recente utilização massiva de ferramentas de colaboração demonstra que podemos trabalhar de forma diferente. Quebrou-se o dogma da necessidade do presencial. Neste sentido, enquanto pequeno negócio é fundamental ter uma estratégia digital completa que defina a presença online da forma mais assertiva possível, desde a definição de canais e postura digital à linguagem a adotar de acordo com o perfil do nosso cliente online. 

1. Redes Sociais

Quanto mais uniforme for a marca online (canais onde marca presença, website, redes sociais, e-mail marketing), mais credibilidade transmite aos seus consumidores. Neste sentido, a estratégia aplicada às redes sociais deve seguir a mesma lógica e não ser banalizada ou vulgarizada, dado que o objetivo é transmitir os valores da empresa em cada publicação (qualidade, profissionalismo, design, etc.). Para criar uma página de rede social profissional deves:

  1. Saber qual é a rede social em que os teus clientes estão presentes;
  2. Definir a linguagem adotada, que complementa o conteúdo de forma a gerar a maior interação possível com os utilizadores;
  3. Ser criativo e original na forma como comunicas o produto/ serviço;
  4. Pensar em conteúdos complementares para as diferentes redes sociais, para beneficiares do melhor de cada canal. Para a maioria dos negócios, o mais comum será o Facebook, Instagram e YouTube - as três redes permitem ter páginas profissionais, separadas do perfil pessoal e onde se partilha os produtos, ofertas e outros conteúdos relevantes para o negócio e clientes.

Para quem já domina está área, e não tem muito tempo para agendar as publicações (excetuando o Facebook, que permite agendamentos das publicações) existem algumas plataformas de gestão de redes sociais que podem ajudar, nomeadamente:

Plataforma de gestão de redes sociais portuguesa. Tem um período experimental de 14 dias. O plano mais em conta custa em média 59,99€/ mês, permitindo agendar publicações automaticamente até 15 perfis, analisar 2 concorrentes e pesquisar até 20 influenciadores. 

Esta plataforma permite gerir várias redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e Pinterest). Tem um período experimental de 30 dias. O plano mais em conta custa em média 39€/ mês, permitindo agendar automaticamente e obter relatórios em 10 perfis.

Período experimental de 14 dias. O plano mais em conta custa em média 15€/ mês, permitindo agendar automaticamente 8 redes sociais, até 100 publicações e 1 utilizador.

2. Website

Há inúmeras formas de criar websites rapidamente e de forma gratuita, inclusive de criar o próprio website de forma extremamente simples. Estas plataformas, que oferecem centenas de templates pré-definidos, funcionam como um sistema de “drag & drop” (criar e arrastar as formas/ imagens que queremos) - é tão simples como trabalhar no Powerpoint ou no Word. Algumas destas plataformas incluem versões gratuitas, nomeadamente: 

A maioria destas plataformas inclui a possibilidade de criar a própria loja online de forma simples, no entanto esta opção normalmente já é paga e implica a integração de sistemas de pagamento. 

Duas notas importantes sobre websites:

  1. Deve ser responsivo para computador, tablet e telemóvel – se os clientes não conseguirem ter acesso à informação vão a outro website que tenha o mesmo produto/ serviço e que seja responsivo;
  2. O domínio deve ser HTTPS, pois significa que é seguro a pessoa navegar naquele website e inserir os seus dados. Para além de gerar uma melhor pontuação no ranking pela Google é indispensável para os pontos mencionados de seguida.

3. Loja online (E-commerce)

Há várias plataformas focadas na criação da própria loja online de forma simples e muitas vezes gratuita. Quando se constrói uma loja online é importante focar dois aspetos essenciais, a agilidade e a credibilidade (da experiência, da loja, da navegação). Implica igualmente a criação e divulgação de anúncios com o objetivo de direcionar os consumidores até ao canal de vendas. Algumas destas plataformas incluem versões gratuitas, nomeadamente (ainda que impliquem a integração de um sistema de pagamento):

4. Sistemas de pagamento online

Sempre que existem vendas online, os clientes têm de pagar pelos produtos ou serviços online. Aqui a opção de pagar em dinheiro não existe e apenas em alguns sítios se aceitam transferências diretas (recomendado, dado que a maioria dos restantes sistemas de pagamento online acarretam comissões ou mensalidade). Indicamos algumas alternativas para sistemas de pagamento:

5. Base de Dados

Uma base de dados é uma ferramenta de organização e recolha de informação. Permite armazenar informação sobre clientes, produtos, encomendas, entre outras. As mais simples começam numa folha do Word ou Excel, com dados de clientes como: Nome, telefone, e-mail, morada, e tudo o que for relevante para o negócio (e possível obter). 

Através da base de dados é possível criar anúncios e implementar e-mail marketing, no entanto qualquer utilização dos dados exige uma gestão eficiente da informação coletada. Os dados podem ser recolhidos através de várias fontes:

  • Reuniões com clientes;
  • E-mails de pedido de informação do produto ou serviço;
  • Contacto telefónico;
  • Redes sociais;
  • Eventos;
  • Pesquisa de mercado, entre outros.

A estrutura, processo e organização de uma base de dados deve estar de acordo com a estratégia do negócio, no entanto existem três tipos de ferramentas que ajudam nessa tarefa, nomeadamente: 

Template – Ferramentas como Microsoft Excel (ou Apple Numbers) são uma boa opção. Já existem vários templates na internet, que devem ser selecionados de acordo com as necessidades do negócio. Esta opção, para além de gratuita, é ideal para organizar os dados e mais tarde adaptar para as plataformas de marketing digital.

CRM (Customer Relationship Management) – Um CRM é uma ferramenta poderosa de gestão, muito completa, adquirida por muitas empresas para gerir a base de dados e tudo o que diga respeito ao contacto com o cliente. Através de uma plataforma de CRM é possível organizar toda a informação num só lugar e fazer a segmentação de acordo com as necessidades do negócio. Por exemplo: é possível saber quando o cliente contactou a empresa e o que procurava, se confirmou a encomenda e até se voltou a comprar. CRM possibilita ainda separar os dados por produto e serviço (para os negócios em que existe essa divisão). Estas ferramentas podem ser complexas, e por norma as empresas que fornecem também dão formação, para além de suporte. Existem muitos CRMs diferentes, mas geralmente todos apresentam opções de gestão de base de dados e lista de e-mails, nomeadamente:

Software – São sistemas de gestão que agilizam processos completos de faturação ou logística interna. As ferramentas mais utilizadas são:

Resumidamente, são vários os benefícios da criação de uma base de dados, entre eles a possibilidade de ter acesso à informação de forma simples e segmentada. Esta tarefa pode ser um pouco complexa, mas é fundamental para criar campanhas de marketing - se não segmentares, não podes divulgar os produtos/ serviços para as pessoas realmente interessadas poderem comprar.

É importante não descuidar o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), criado em 2018 e que impõe normas muito restritivas na recolha, utilização e armazenamento de dados. Este regulamento deve ser cumprido, pois o seu incumprimento pode originar coimas elevadas. 

6. Marketing digital

O marketing é parte fundamental do negócio - para além de dar a conhecer o produto/ serviço, ajuda a incrementar vendas. O marketing digital (o nosso foco) é essencial e pode ter um papel decisivo na angariação de clientes. Definimos um plano de ação para quem está a começar:

  1. Desenhar a estratégia de comunicação somente após perceber e conhecer o cliente ideal e o que precisa neste momento;

  2. Focar a comunicação para a oferta de negócio atual. As publicações e partilhas devem estar alinhadas e contribuir para apoiar esta forma de vender os produtos ou serviços, seja mostrando e explicando os mesmos, partilhando conteúdos que reforçam a mensagem, partilhando informação, dicas ou testemunhos que comprovem a experiência e qualidade;

  3. Para chegar a mais pessoas, sem investir em campanhas pagas, deve-se:

    • Incentivar as partilhas a partir das redes sociais: pode ser feito através de conteúdos que as pessoas queiram partilhar nos seus perfis (dicas, informação interessante, testemunhos pessoais) ou fazendo apelos diretos à rede pessoal e profissional (são a comunidade do negócio e os primeiros a querer ajudar);
    • Promover a publicação em grupos de Facebook - sendo que convém ser feita em grupos que façam sentido para o negócio e de acordo com as regras dos mesmos (procurar dar um toque pessoal aumenta as probabilidades de se ser notado);
    • Procurar o apoio de influencers ou organizações relevantes para a área. Neste momento, as pessoas estão mais dispostas a ajudar, portanto é importante personalizar e explicar porque se procura este tipo de apoio.
    • Inscrever o negócio em diretórios de pequenos negócios adequados, nomeadamente “#compraaospequenos” (para todos os negócios a dar alguma resposta ao consumidor em tempos de crise), “Go Small Stay Home” (para pequenos negócios locais),  “Hora de Encomendar“ (para pequenos e médios produtores e distribuidores).
  4. Quando a presença digital já está estabelecida, é importante diferenciar e sobressair do restante ruído digital (cada vez maior). Para além dos diretos usuais nos dias de hoje, deixamos algumas sugestões.

    • Oferecer masterclasses como o Movimento Transformers com as T-Talks;
    • Lançar desafios;
    • Criar conteúdos com novos formatos como e-books ou podcasts; 
    • Disponibilizar ou comercializar recursos de DIY (faz por ti próprio) em que a pessoa faz os seus próprios produtos como a Marcenaria Artística Pereira com os seus aconselhamentos de restauro de móveis online;
    • Apostar no e-mail marketing (sem ser demasiado intrusivo) - promover as promoções e produtos e/ ou partilhar informações relevantes para os clientes;
    • Ter listas de distribuição da informação via WhatsApp como a Real Tasty que envia o menu semanal para todos os clientes via WhatsApp no início de cada semana.

7. E-mail Marketing 

O E-mail Marketing é uma das formas mais usadas para alcançar clientes e para vender produto/ serviços. É realizado por e-mail e permite às empresas partilhar conteúdo diretamente com o cliente. Para isso, é fundamental criar conteúdo de qualidade e de relevância para o cliente, caso contrário a empresa acaba como spam (lixo eletrónico). Para além dos clientes, o e-mail marketing poderá ser também enviado para os media da área (revistas, jornais) dado que, se o conteúdo for relevante, os media vão pedir mais informação e divulgar o conteúdo em questão.  Muita atenção à qualidade das imagens - uma imagem vale mais do que mil palavras. O texto deve ser claro e seguir o tom de comunicação usado no website e nas redes sociais, e sem erros. Caso resolva colocar links ou “botão para a ação”, verificar sempre se estão operacionais antes de enviar. Enumeramos algumas plataformas utilizadas para e-mail marketing:

  1. E-Goi – É uma das ferramentas mais completas no mercado dado que oferece soluções multicanal que vão além do envio de e-mail. O kit completo inclui soluções automatizadas para e-mail e telemóvel, envio de SMS, notificações e chamadas de voz. O E-Goi é perfeito para quem está a iniciar o negócio, permitindo uma base de dados gratuita até 2.000 contactos (opção “pagar com amor”);
  2. Mailchimp – O plano gratuito oferece até 12.000 envios de e-mail por mês e até 2.000 assinantes (mas marca MailChimp é sempre comunicada no rodapé do e-mail). Para além disso, é possível integrar com o WordPress e os relatórios são muito detalhados.
  3. Hubspot – Ferramenta que inclui serviço de e-mail marketing e CRM, ambos gratuitos (máximo 2.000 e-mails por mês), muito intuitiva e com templates pré-definidos. O e-mail da HubSpot conecta-se automaticamente com o HubSpot CRM, para poder direcionar as campanhas de acordo com o tipo de cliente.

Estas plataformas permitem verificar quem abriu o e-mail, quem apagou sem ver, e de que parte do mundo. Estas e outras informações estão disponíveis através de relatórios, gerados na própria plataforma – é importante, no fim de cada campanha, analisar o relatório, verificar onde os clientes mais clicaram, se gerou lead (pedido de produto/ serviço) ou info (pedido de informação), de forma a definir qual o próximo conteúdo a publicar.  O e-mail marketing não serve apenas para “vender” produtos ou serviços, podemos também partilhar informação relevante, como promoções, felicitar o cliente em épocas festivas (páscoa, natal, aniversário), informar interrupção para férias, eventos e muito mais.

8. Prestar serviços remotamente 

Para quem presta serviços e necessita de uma plataforma que permita falar e interagir diretamente com o cliente, existem dezenas de plataformas intuitivas com opções gratuitas, nomeadamente:

  1. Zoom;
  2. Skype;
  3. Facetime (apple);
  4. Whatsapp.

Existem também algumas ferramentas que podem facilitar a produtividade, assim como agilizar o trabalho colaborativo à distância, através da partilha e armazenamento de documentos entre toda a equipa, nomeadamente:

Principais ferramentas de comunicação em tempo real:

Ferramentas e dicas úteis

  1. É importante ouvir os clientes - seja através de questionários (Formulário Google), recolha de testemunhos ou simplesmente conversar com um grupo representativo;
  2. Seja qual for o meio utilizado, deve-se facilitar o caminho até à compra, desde que o potencial cliente tem conhecimento do negócio até comprar. Assim, é importante que os links estejam corretos e visíveis, os contactos disponíveis, as respostas claras, as informações essenciais completas e facilmente encontradas;
  3. Para aprender sobre marketing digital, de forma simples e focada em pequenos negócios, consultar Atêlier Digital Google;
  4. Para encontrar imagens e ícones gratuitos e dar maior variedade e profissionalismo às publicações ou artigos, consultar Unsplash, Pexels ou Flaticon;
  5. Para criar ou utilizar elementos de design para publicações, artigos ou newsletters, consultar Canva;
  6. Parcerias a ter em conta:
  7. Alimentação – Glovo, TheFork, Zomato, UberEats, Tripadvisor, Comer em casa;
  8. Serviços – Zaask, Fixando;
  9. Entrega ao domicílio – Glovo;
  10. Marketplaces – Dott, Amazon, OLX, Alibaba, KuantoKusta. Ebay;
  11. Sector Vinícula - Adegga;
  12. Alojamento - Airbnb.

Em suma, perante situações adversas, é fundamental que as empresas que estão numa fase inicial de transformação digital agilizem a adaptação dos processos e da estrutura, tendo em consideração o planeamento estratégico. Adaptar é a palavra de ordem, bem como guiar a transformação digital com mente aberta - trará muitos benefícios a médio e longo prazo. 

As estratégias digitais nas empresas visam melhorias na inovação, na tomada de decisão e em última análise, na transformação do funcionamento da empresa. É necessário ter em mente que a transformação é constante. Ignorar a sua abrangência é colocar em causa a sustentabilidade de um plano ou mesmo de um negócio, independentemente da área de atuação.

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